domingo, 19 de junho de 2011

Poeta

Eu não sou poeta. Muito menos chego perto de um. Um poeta que libera as mais rudes palavras em forma de plumas. Um poeta que sabe discernir e confundir até o mais vivido dos amantes literários.
Eu não sou poeta. Apesar de me atrever a rasgar versos e versos, que não tem rimas, métricas, e nem um pouco de pó mágico teatral, que faz dos poemas os mais belos riscos de amor, que faz dos quadros os mais belos retratos de paixão, e movem o coração o humano e o desejo insano de ter uma paixão.
Eu não sou poeta. E me confundo em meus versos, em minhas falas, minhas expressões. E torno o ato de escrever o mais difícil, sufocante e desesperador. Tão desesperador que escrevo, não me importando se quem lê achará ridiculamente ridículo, ou loucamente louco.
Eu não sou poeta. Mas meu coração palpita como o de um, meus dedos deslizam como o de outro, e eu vou tecendo os mais lindos versos de amor. Que podem não ser lindo para outros, mas são para poetas como eu, que são capazes de enchergar a beleza em meio a tempestades.
Eu não sou poeta. Bem certo que para ser, não é difícil. Basta ter inspiração. E minha inspiração vem, minha inspiração vai, como a maré do mar, que sobe e desce, sem dever satisfações. Pois sim, ela não tem culpa de nada. Quem a move é  Lua. A lua dos amantes poetas, que passam horas e horas vagando seus olhares para aquele pedaço de pedra, tão mágico, tão mágico, capaz de enfeitiçar até o mais poderoso dos homens.
Eu não sou poeta. Mas vou tecendo meus agradecimentos. Ao meu amor que me deixou, e que me faz sentir vontade de ser poeta. Ao meu coração que quebrou, e me faz ter vontade de escrever e escrever. Ao meu sentimento que me enganou, e me fez ficar estupidamente romântica.
Eu não sou poeta. Talvez uma poetisa, que desafia a lei do belo e do formoso, que escreve sem preconceito, que ama sem medo, que não repreende a insanidade, que digita e digita, vomitando palavras aleatórias, que juntas dão nexo a essa prosa. Essa prosa sem nexo. Mas com nexo.
Eu não sou um poeta. Talvez uma poetisa. Ou uma amante, cheia de amor e poesia.

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